Não. Muitas pessoas passam por eventos traumáticos e não desenvolvem TEPT.

O que muda é a forma como o corpo e a mente processam a experiência. Quando o sistema nervoso permanece em alerta, e as memórias traumáticas continuam intensas, fragmentadas ou intrusivas, podem surgir sintomas. Mas há também fatores de proteção, como apoio emocional, história prévia, contexto e recursos internos, que podem reduzir muito esse risco.

Cada pessoa vive o trauma de um jeito, e não existe uma única "resposta correta”.

Sim. O tratamento para trauma, incluindo ACT e exposição escrita (WET), funciona muito bem online, desde que conduzido por um profissional qualificado.

O formato virtual permite estabilidade, sensação de segurança no ambiente da pessoa e continuidade da terapia mesmo em períodos mais sensíveis. Em muitos casos, isso pode favorecer a adesão e o aprofundamento do trabalho clínico.

O tempo de tratamento varia de pessoa para pessoa. Ele depende da história vivida, de como o trauma foi sentido no corpo e na mente, da intensidade das reações atuais e também de fatores como apoio social, estratégias já desenvolvidas para lidar com emoções difíceis e o nível de estabilidade no dia a dia. Cada trajetória tem seu próprio ritmo, e o processo terapêutico acolhe essa singularidade, sem comparações, metas rígidas ou pressões desnecessárias.

Quadros traumáticos costumam exigir um cuidado especial, porque transformação emocional não acontece sob pressão. Quando há espaço para que a pessoa se engaje de maneira consistente, algo significativo começa a surgir já nos primeiros meses: mais capacidade de estar presente, mais movimento em direção ao que importa, mais liberdade para retomar atividades e relações que tinham sido afastadas pelo medo ou pela dor.

O essencial não é correr contra o tempo, mas construir condições seguras e humanas para que a mudança aconteça no momento em que ela puder acontecer, com abertura, coragem e gentileza consigo.