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Comportamentos Repetitivos Focados no Corpo (CRFC)

Os Comportamentos Repetitivos Focados no Corpo (CRFCs) incluem ações como arrancar cabelos (tricotilomania), cutucar a pele (dermatilomania), roer unhas (onicofagia) ou morder lábios e bochechas. Embora, à primeira vista, possam parecer “tiques” ou hábitos nervosos, esses comportamentos fazem parte de um grupo de condições reconhecidas cientificamente e podem causar sofrimento, prejuízos estéticos, problemas de saúde e impacto emocional.

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Como se manifestam os CRFCs?

  • Arrancar fios de cabelo ou pelos, muitas vezes deixando falhas visíveis.

  • Cutucar a pele repetidamente, provocando feridas ou cicatrizes.

  • Roer unhas de forma excessiva, levando a dor ou infecções.

  • Morder bochechas ou lábios até causar lesões.

  • Sentir alívio ou redução momentânea da tensão após o comportamento.

Esses comportamentos geralmente são difíceis de controlar, mesmo quando a pessoa tem consciência dos prejuízos.​

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Impactos na vida

Além das consequências físicas, os CRFCs podem trazer:

  • Vergonha e baixa autoestima (evitar fotos, situações sociais, roupas que deixem falhas aparentes).

  • Problemas de saúde (infecções, cicatrizes permanentes).

  • Culpa e frustração por não conseguir parar.

  • Isolamento social e piora da qualidade de vida.

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Tratamento baseado em evidências

Nos comportamentos repetitivos focados no corpo, o tratamento de primeira linha não é a EPR. O que mostra melhor eficácia são intervenções comportamentais específicas para hábito, que podem ser integradas à ACT.

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Na Fleximind, trabalhamos assim:

  •  Treino de Reversão de Hábitos (TRH/HRT)

Ensina a:
   1.    Reconhecer precocemente sinais, gatilhos e padrões do comportamento;
   2.    Aplicar uma resposta concorrente (um movimento incompatível com arrancar/cutucar, mantido por ~1 minuto);
   3.    Praticar no contexto real com acompanhamento, reforço e ajustes.
É o núcleo com maior respaldo científico para CRFCs.

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  • Modelo ComB (Comprehensive Behavioral Model) + Controle de Estímulos

Personalizamos o plano mapeando cinco domínios de gatilhos — sensorial, cognitivo, emocional, motor e ambiental — e introduzimos estratégias como barreiras físicas, organização do ambiente, substituições sensoriais e rotinas que reduzem a probabilidade de comportamento automático.

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  • Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)

A ACT tem evidência de eficácia para CRFCs e pode ser combinada com as abordagens anteriores para melhorar engajamento e manutenção de ganhos. Integramos a ACT para mudar a relação com urgências e emoções, usando desfusão, aceitação do desconforto e ação guiada por valores.

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Observação: A EPR só é considerada quando há sintomas obsessivo-compulsivos concomitantes que se beneficiem dessa técnica.

 

O trabalho pode ser realizado on-line ou presencial, com ritmo gradual, linguagem acolhedora e adaptação às necessidades individuais. Também oferecemos psicoeducação para familiares e monitoramento simples (diários, metas semanais), para sustentar os avanços no dia a dia.

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Relação com o espectro obsessivo-compulsivo

Dentro da classificação médica, os CRFCs integram os chamados Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Relacionados (DSM-5-TR) porque compartilham padrões repetitivos e difíceis de controlar, com alívio breve seguido de retomada do ciclo. Nesse espectro também estão o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno dismórfico corporal e o de acúmulo (hoarding). Porém, eles diferem no que os mantém: nos CRFCs o foco é o ato corporal (arrancar, cutucar), muitas vezes automático e acionado por tensão, tédio ou sensações na pele, enquanto que no TOC as compulsões visam neutralizar obsessões (medo, nojo, culpa, dúvida) e buscar certeza. Quando eles coexistem, combinamos tratamentos de forma personalizada.​

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Para ampliar sua compreensão, confira também:

Converse conosco sobre o tratamento.

Perguntas frequentes

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